segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A Indigestão de Cronos

E restaram apenas as larvas funcionais
Que monitoram a dor daquele trauma,
A inaptidão vazada transforma a calma
Em feições túrgidas corrompidamente espectrais,

Para o futuro que amanhece desperdiçado,
Um sorriso com ar de atraso em expansão,
Escondendo do torpor o escarro embalsamado,
As minhas catacumbas não escapam da condenação;

O verso concatenado entre a obscura vontade
E o peso incólume do que chamo de distância,
Assim, encontro-me atônito frente à hiância,
Frente ao estrago rente que produz saudade,

E com discreta verossimilhança eu me apago,
- O traço recombinante não mais conforta,
A maldita dicção da vida tem olhar gago
À inflexão recorrente que culmina e exorta,

Um punhado de sonhos desmembrados em melodia,
Colhidos no Hades, entre o castigo de Tântalo,
A morte dança tácita, exalando o sândalo,
De Perséfone que chora lágrimas de afasia,

Todavia, o meu caminho é apenas sanguinolento,
Entre corvos e corpos fálicos e sem plenitude,
Meu Orfeu é rouco, vazio e sem intento...
Segue enforcado decifrando o que não pude.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Sobre Aquilo Que Não Pude Dizer

A minha solidão refrata verdades mutiladas
Destoando a carne apócrifa da colisão,
Ante este punhado de virtudes em decomposição
Um abraço. Um vértice entre as vontades postergadas,

"Espalhando o cântico anêmico da existência,
O pássaro da Peste progride aflito,
Apreciando o que restou do verso restrito,
Alimenta-se onde a dor faz residência",

Além do signo que veste minh'alma impura,
Além do sangue perdido buscando a cura,
A morte da palavra dionisíaca congratula,

O túmulo perdido entre o corte e a noite,
O tumulto que figura entre nomes sem açoite,
Pois, Este é o silêncio que me estrangula.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Têmpora Nº1




Essa semana irei postar uma série de poemas visuais que intitulei de "con.credos". O primeiro se chama "Têmpora Nº1". Para visualizar melhor o poema, basta clicar na imagem.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Queixas Intermitentes (?)

Eu necroso minhas vontades em catarse homogênea,
Cultivando lentamente este vento escarlate,
Das equimoses silenciadas aos versos em combate,
O enlace é plasmático; Culmina na noite gêmea,

Olvidada, por extenso, da humanidade e seus diálogos.
Se à quarta diátese reservo meus sonhos guturais,
Seriam meus ossos, fonemas triturados em castiçais?
Por fim, a carne rompida indica apenas rituais análogos...

À poética destes grimórios secos e mazelados,
Aos esqueletos tristes, permissivamente, congregados,
Das necrópoles de Anúbis trago o obscuro traço,

Que propaga o fim de mais um açoite inexistente,
Nas minhas tormentas o descaso é puro e demente,
Não há o quê aplaque a d-o-r de cada verso que faço.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Lançamento do meu livro "Poemas Noturnos"


Boa noite a todos!

Gostaria de convidar todos os leitores do blog para o lançamento do meu livro "Poemas Noturnos", amanhã (quarta-feira, dia 11). O evento será no Club Noir - Rua Augusta, nº 331 às 20H.

Conto com a presença de todos!


Abraços fraternos,
Samuel Malentacchi

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Um Singelo Retalho Poético

Mais forte que minhas imposições...
impasses, translocações,
vontade sobre vontade.
O meu ser.n.timento
é difuso. [Eu] espero...
que a eternidade
tenha tenacidade
e
pouco ressentimento;