segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Conclave Para Um Diálogo Entres Sombras

A diáspora da distância é interpelativa,
Marca com angústia esta ferida acrônima,
Pois carrego a surdez de ser alma anônima,
Corroborando a astúcia da dor sem afirmativa,

Da tríade maldita que congrega Asmodeus
Ao caminho das sombras nesta podridão,
O encéfalo, o carneiro, o touro e todos os seus,
Concatenam o grimório da Vida em decomposição,

E sob o signo falso da fertilidade,
Costuro o julgamento da destruição com uberdade,
Mais uma noite licântrope dedicada aos esquecidos,

Na profícua relação entre carne e velório,
Busco a paz que predomina neste empório...
Serão setenta e dois os nomes amanhecidos!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Exi[s]t-ência

A Abadia do inferno recobre meu esforço
Com o pesar desta quase-ciência,
Eu elevo ao máximo o signo da ineficiência,
Buscando existir para além deste esboço,

Para além deste velho poço, eu sou,
Eu tento, mas não posso mais que esta falha,
-A mesma ruína para o pronome sem mortalha-
E assim foi quando o sino do cemitério ressoou...

Doze batidas secas para o pesar da minha alma,
Eu perco a moça e suas vísceras neste trauma,
Para cada olhar morto deixo um corte sem sangrar,

E não importa a fratura sempre é imposta,
Tal qual a condição do medo nesta encosta,
Eu sou o feitiço mórbido que esqueceram de enterrar.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Litania [In]fértil

O arcabouço fonético da minha virtude
Aplaca tantas noites sem respiração,
Sob o signo da espera, a transfiguração;
Um olhar repleto de escaras e sem plenitude,

Cada hora consumida é um ato de exumação
Quando o pensamento pelo sangue é embebido,
Emprego uma espécie de evangelho retorcido,
Para o encanto proibitivo que evoca-me em ascensão,

São tantas sombras mal compostas em meu leito,
São tantas as teorias repetidas em meu feito,
Que assisto os vermes me corromperem e os venero,

Assim, perco [osso a osso] a capacidade de sentir,
- Mais uma noite em que a doença excita o meu devir -
Neste solilóquio abandono meus edemas... Eu espero.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Versos Para a Fauna Cadavérica - Uma Liturgia Especial Para a Oitava Legião Dos Obreiros da Morte

A minha tristeza não tem cura,
Caminha lancinante entre cada estigma
Que trago, atrelando ao corpo o sigma
Da frialdade fidedigna destes passos sem procura,

Pavoroso, ouço o silêncio proeminente
Que o consumo de minhas carnes possibilita,
A vontade aquém do abismo torna-se infinita,
Para além das doenças do meu Oriente,

Pois, a hipálage da Alma continua deslocada,
Tal qual a lápide da calma enforcada,
O transtorno sem curvatura precede a procissão,

Da Natureza que, intrepidamente, conduz ao açoite,
De carregar esta foice noite após noite...
Eu sigo vociferando uma saudade sem coagulação.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Chain of Dead Flowers





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