segunda-feira, 25 de julho de 2011

Negativismo Existencial

Hoje a existência possui o peso
De mil noites em ressentimento
Dentre as divergências sem intento
Esta quimera deixa–me indefeso

A distância expressa o purgatório
Exponencial de toda esta corrosão
Que costura a realidade em digressão
Nas insuficiências do medo perfunctório

Quando a manhã morre... Eu adoeço
Toda solitude têm seu preço
A minha dimensão não possui salvaguarda

Quisera eu ser o olvido do Presente
Apenas mais uma sombra descontente...
[Todavia] O mal estar vespertino é minha farda.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Elegia Para O Não Elegido

As linhas temerárias do passado
-Não estas traçadas no orbe carnal-
Ditam as apóstrofes do degradado
Percurso de herói sem recital

Pois a eternidade jaz no enforcado
Gesto febril de todo este mal
Que para além e para tal
Demarca e denota-me... O olvidado

Homônimo sem luz que diz e conduz
Esta tumba etérea aos urubus
Assim toda angústia faz jus

A precariedade das minhas formas
Aos dizeres que afogam tantas normas
Pois [ocultado] sempre há um mas.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Diárido

Digo-lhes: a tanatologia dos meus versos
É um tipo de suicídio justificado
Que promove o túmulo glorificado
Da vida colocada em âmbares dispersos,

Assim, a ultrafatalidade segue seu comboio,
-São fúnebres os passos da negação-
Destaco aqui os demônios da civilização
E o mal estar... O pilar de apoio

Das agruras da existência neste lodaçal,
Onde o ser confunde-se com entretantos,
Hiatos da respiração sempre em prantos,
Aprisionados nesta eutanásia transubstancial.

Contudo, o medo segue hirto e insepulto,
Pois o mistério da vigília é pitagórico,
Circunferencialmente escuro e alegórico,
Faz da eternidade apenas mais um tumulto.