sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Pausa Querelada


Poderia ter sido
mas não, não foi
o fracasso impõe
o teu nome tossido

em meu caminho
e eu sigo sendo
o não do dividendo
o nó do redemoinho

que dissolve dias
em anos, em estadias
na lápide rendida

do tempo destruidor
que serve de fingidor
para a razão iludida.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Noite Interminável


A obliteração ecoa
Por entre minhas sinas,
Eu a sinto nas narinas
Rasgando tudo que destoa

Da vulgar respiração.
Freneticamente aspiro
A violência num suspiro
Acelerando toda a ação,

O colapso é momentâneo,
Eu esfacelo o meu crânio
Pensando pesares plurais.

Então, mais um gole,
A verdade sempre engole,
Na secura, e pede mais.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Nota(s) Para Um Café Insuportável


A destruição é intuitiva
e o fim torna-se inevitável
através desta detestável
corte que corta a saliva
do tempo já ressecado.
Somos o gesto retraído
de um desejo refletido
no impossível não alcançado.
Contentamo-nos com a surdez
e com o vazio da escassez
deste eminente desconforto.
O que intui... destrói
de tal modo que corrói
este [meu] estado semimorto.