terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Conspiração Ctônica


Que meu nome seja Esquecimento
Como Borges tantas vezes desejou,
Ao mármore aquilo que não sou;
O livre logro do tormento,

Da unanimidade que se afogou
Retiro as amarras do intento,
Este, que não torna isento
O homem da amargura que criou,

Entre a procissão e o desconforto
Dos impasses deste aborto
Transubstancial resta apenas

A chance que já nasce perdida,
A telúrica volta é ardida,
Pois as suas revoltas são obscenas.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

In Memoriam


A anacronia que prevalece
nos meandros destas sepulturas
qual chamamos de esculturas
pessoais, é o que tece
o silêncio enquanto resíduo
daquilo que atordoa
a fissura que ecoa
o tão proclamado indivíduo.
Do ruído cultivado lapso
a lapso, retiro intenções
fazendo algumas considerações
sobre o iminente colapso
que condeno neste verso
sem qualquer moralidade
escrito para a humanidade
adoecida de modo perverso.