quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Versos Para a Fauna Cadavérica - Uma Liturgia Especial Para a Oitava Legião Dos Obreiros da Morte

A minha tristeza não tem cura,
Caminha lancinante entre cada estigma
Que trago, atrelando ao corpo o sigma
Da frialdade fidedigna destes passos sem procura,

Pavoroso, ouço o silêncio proeminente
Que o consumo de minhas carnes possibilita,
A vontade aquém do abismo torna-se infinita,
Para além das doenças do meu Oriente,

Pois, a hipálage da Alma continua deslocada,
Tal qual a lápide da calma enforcada,
O transtorno sem curvatura precede a procissão,

Da Natureza que, intrepidamente, conduz ao açoite,
De carregar esta foice noite após noite...
Eu sigo vociferando uma saudade sem coagulação.

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