terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sobre o Espectro Em Minha Casa

A esfinge do desgosto aplaca minha virtude
Numa espécie de putrefação fria e inconsistente,
Quisera eu, demônio amorfo e adjacente,
Que a veemência do fim conquistasse a inquietude,

Todavia, o silêncio ancestral é aquele que corta
A minha sintaxe adoecidamente corrompida e romântica,
Da afasia sentimental a esta solidão quântica,
O sangramento é sempre na mesma aorta,

E a dor é sempre signo de outra dor,
Da realidade carrega apenas o odor,
Gradativamente rutilância após rutilância,

Pois o fim é apenas o retorno pretenso
Ao monismo visceral, inumano e extenso
Que descrevo, tacitamente, falando apenas de distância.

3 comentários:

  1. Muita pretensão, mas pouco efeito. Como pretende, por exemplo, escrever soneto se nem conhece métrica e ritmo?

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  2. Olá, muito obrigado pelo comentário!

    Agora algumas considerações:

    Se você estiver atento (a) e ler as postagens mais antigas, perceberá duas coisas: eu escrevo poemas metrificados, mas realmente a maioria é "anômalo", propositalmente anômalo. Eu busco justamente "brincar" com o signo poético, elevando ao limite, esticando-o dentro da Linguagem (esta em maiúsculo, porque carrega o peso simbólico de séculos de ensinos e limitações), e ao mesmo tempo, gosto de retraí-lo, articular a estrutura desarticulando-a. Eu não me considero poeta, me considero fazedor de versos, um simples experimentador. Utilizo a forma para operar o conteúdo. Particularmente, não gosto do aspecto veemente da palavra, o aspecto de símbolo, segundo Peirce, gosto de tirá-la (a Palavra) desse posto e transformá-la novamente em Ícone.

    Agora, só uma ressalva, não podemos supor o que o outro conhece ou não a partir de uma simplória leitura, não é verdade? Pois eu conheço métrica e ritmo, não estou a passeio por aqui, se meus versos não são "corretos" segundo a regra é porque justamente eu não gosto dela. O preço a pagar é justamente a negação e a recusa de muitos. Todavia, como escrevi anteriormente "como todo poeta, sou egoísta", escrevo pra mim, até porque a partir do momento que publicamos algo que escrevemos, já não é mais nosso. Enfim, muito obrigado por comentar, criticar e o melhor por visitar este sítio.

    Um abraço!

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  3. acredito que a pessoa que comentou acima tampouco conhece de métrica e ritmo não?
    Voltar ao século 18 e dizer que poesia é somente métrica e ritmo demonstra uma ignorância tamanha.
    Vejamos os Haikais, e outras formas poéticas, o que é a poesia se não a arte de transcrever sentimentos e sentidos com palavras?

    Chamo isso de uma bela Dor de Cotovelo.
    rs...
    Uma crítica construtiva é diferente de uma crítica infundada, fraca e medrosa; uma vez que a pessoa nem assina o seu nome, podendo assim propor um diálogo amigável.

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