sábado, 31 de julho de 2010

Pequeno Tratado para Tristezas Pessoais

"Eu sei que ter que ver e escutar um homem triste aborrece quando se veio e se vai à alegria".

Miguel Hernández

Da caixa torácica enegrecida
Ao velho caminho só de ida,
A partida é a mesma, confusa,
O templo é efêmero para Medusa,

Pois minha busca é necropigmentada,
Faz da aflição a condição suscitada,
E de canção em canção eu apago
Cada traço escrito naquele lago,

Das idéias coercivas e intermitentes,
Para a minha inaptidão, convalescentes,
Eu danço com a dúvida daquele sorriso...

E por mais que tente, não consigo,
A solitude me acolhe me dá abrigo,
Eu deito nesta cova sabendo do que preciso.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Das Epifanias de Joyce

A alquimia dos meus passos é monocromática
Tal qual a alegria conservada nestes vasos,
Eu prefiro a morte a todos estes descasos
Quando a solitude é crônica e sintomática,

Enquanto palavras roubam o ar corrompido
A sinfonia desta retro-retórica é surda,
Por mais que eu... [eu]; A vida... É tão absurda
Que o caractere dos meus sonhos é rubro-interrompido!

E a epifania afásica volta a assombrar-me,
-Uma espécie de salvação morta a lograr-me-
E eu sigo tentando apagar o sangue escuro da finitude,

Todavia, o mesmo caminho [alucinadamente] me caminha,
Traça em meu pergaminho o traço da escrita mesquinha,
Que -de fim em fim- apresenta mais esta hepática similitude.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Uma Canção Para Erebus

Eu celebro o equinócio dos meus erros
Através de mais esta liturgia refugada,
À Lâmia dedico o cantarolar de mil enterros
Pois, este ensejo tem gosto de saudade estragada,

E, distância após distância, a doença faz comunhão,
Da porfiria afonética que colore minha alma
A neoplasia sinestésica desta poesia trauma,
Eu sangro pronomes neste ritual de extrema-unção.

"Seria uma espécie de hábito distorcido,
Eu cantar tudo que poderia ter sido,
Com navalhas atreladas ao corpo retorcido?"

Para o vazio da imensidão que há em mim,
O corolário é o mesmo, ultrapassado e sem fim,
Afinal, a sordidez da tristeza é sólida... Enfim.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ab Imo Pectore

A anadiplose dos meus sentimentos é evidente
Cada vez que declamo a Górgona da tua beleza,
Das vicissitudes assimétricas e sem destreza
A sombra eterna desta noite intermitente,

Eu. A mesma doença, o mesmo traçado enfadonho,
-A eterna busca pelo rastro de Teseu-
Consumo minha vitória túrgida sonho a sonho
Pois, a mácula cimérica não me esqueceu,

E a minha saída é sempre a p(r)o(f)ética maldição,
Eu traço com sangue mais esta hipo-histérica extensão
Somente para concatenar tantas falhas em primeira pessoa,

São tantos medos empilhados em carcaças proverbiais,
São tantos espíritos a derrubar meus castiçais
Que, a insatisfação... Ela, ela, ela simplesmente ecoa!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Olá, gostaria de avisar todos os leitores que estou participando da 67º Antologia de Poetas Brasileiros Agosto / 2010", da Câmara Brasileira de Jovens Escritores com o poema "Dialética dos Defuntos". Quem quiser conferir o poema lá no site basta clicar no link abaixo:

http://www.camarabrasileira.com/apol67-062.htm

E quem quiser adquirir o livro é só conferir no site da Câmara (http://www.camarabrasileira.com/pc67.htm), ou falar direto comigo pelo e-mail: malentacchi.samuel@gmail.com.

É cabível lembrar que pelo site da WAF editora (que se encontra acoplado aos meus links aqui no blog) é possível adquirir o meu livro "Poemas Noturnos". Ou também em contato comigo pelo e-mail supracitado.

Bom, é isso, me sinto honrado e orgulhoso de participar de mais esta coletânea. Mais uma glória, mais uma etapa nesta longa caminhada rumo ao eterno aprendizado para minha alma.