terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Desfecho Inexistente

"Quem sabe, alma, se o que ainda não existe
Não vibra em gérmen no agregado triste
Da síntese sombria do meu Ser?!"

Augusto dos Anjos


A liturgia do desamparo é fatídica
No já fatídico Ser em que opero,
Eu existo e não prospero
Além desta lápide raquítica,

Da noite nebulosa -sempre em clausura-
Ao retiro das navalhas amolecidas,
A minha índole segue estas feridas,
Sem aptidão, sem cor e em desventura,

Tenho, então, um ossuário como protagonista,
Quando a anomalia é a antagonista
Do sorriso que minha paz não tem,

A tragicidade deste comício é absurda,
Não há ninguém que afaste ou aturda
A véspera da melhora que não vem.

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