quarta-feira, 7 de março de 2012

Oximoro

Eu sou a matéria-prima para a morbidez
insípida do Golem de Judah Levi,
eu sou aquilo que não vivi,
o anseio repartido em três;
a carne; o encanto; o julgamento;
a própria existência incólume e equivocada,
o homúnculo oblíquo de fé apartada
que apenas propaga o vértice do tormento
exponencial deste horizonte finito.
Eu consumo tudo o que sinto
degradando os meandros da Criação,
aviltada criação do Grande Rabino,
que tentou ser deus e foi solferino
materializando parábolas para a extinção.

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