quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O Labirinto Taciturno

O universo cabe todo
na palavra universo,
talvez não neste verso
que é apenas lodo,
puro fragmento, erro caolho,
nota aguda e dolorida,
da sintaxe à ferida
é apenas o restolho.
Pois, então, haveria,
além de toda cadaveria,
universo para a palavra?
Nos meus portões tristonhos
pinto os piores sonhos,
sou aquele que escalavra.

Um comentário:

  1. Olá, SAMUEL. Destaco os seguintes versos: "Pois, então, haveria,/ além de toda cadaveria, / universo para a palavra?" GOSTEI MUITO! Há aí algo de John Donne, de William Shakespeare... E também, paradoxalmente, (embora talvez você não concorde), uma... profunda esperança! Claro que não há "palavra para o universo", mas pode haver "universo para a palavra"! Lindo! Lindo! {Abraços: JOSÉ MARCUS DE CASTRO MATTOS. Poeta. Psicanalista-lacaniano. Copacabana, Rio de Janeiro, Brasil.}

    ResponderExcluir