domingo, 17 de outubro de 2010

Soneto Antigo

"Que solidão errante até a tua companhia"
Pablo Neruda


O eterno se faz inerente
Quando me perco dos meus ossos
Em minha escrita indecente
Tento decifrar-te sempre que posso,

Pois cada traço, cada vertente tua
Corre em mim, descreve e perpetua
A vontade de sentir o gosto
Do teu rosto de encontro ao meu rosto.

Eu, você e o verão já rendido,
Rompendo as veias do destino,
Deixando o tempo rouco,

Sem pronomes e lâminas, o corte sofrido
É no peito, não sangra, mas faz sentido,
Assim como estes dias sem sono!

Poema antigo, já disse muito. Hoje ele é um ótimo ouvinte.

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