segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Quando os Espectros Machucam A Carne

Talvez eu pudesse nunca ter sido
esta injúria penosa que fui,
todavia, é o olvido que flui,
enquanto o peito segue amortecido,

Ai! os signos que não acontecem,
e a voz maldita, esta segue ascendida
entre não ser mais que a dor escondida
e estes medos que não me esquecem.

Outrossim, a Peste continua recordando
que sou seu túmulo, seu meio e seu consolo,
pois ainda alimento o mesmo sonho tolo
de ser bem-vindo mesmo que regurgitando

a minha solidão ofensivamente não expirada.
Eu termino repetindo a insuficiência
numa espécie de mórbida clarividência,
pois carrego [ainda] aquela consoante mal arada.

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