domingo, 9 de outubro de 2011

A Escuridão Preterida

"Ninguém é alguém, um único homem imortal é todos os homens. Como Cornélio Agrippa, sou deus, sou herói, sou filósofo, sou demônio e sou mundo, o que é uma cansativa maneira de dizer que não sou."
Jorge Luis Borges

Sob as ruínas da maldição presbítera
Que concatena o hiato de Cronos,
Escrevo sobre o que não somos:
A plenitude, a lápide, a cítara,

Das sílabas fugídias e sem termos
Às lamúrias que precedem o irrestrito
Gesto aquarelado de arquear o detrito
Existencial que nesta noite dormiremos,

A histologia do fracasso é premissa,
Pois não atenua a busca pelo vicejo
Versificado na cromatólise do ensejo,
Talvez tenhamos perdido a via abscissa

Do Tempo que consome e segue ileso.
Conjuramos, afinal, o Tártaro pelo medo
Das sombras sem catacumbas deste enredo;
A solitude é fuga para o menosprezo.

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