sábado, 13 de março de 2010

A Dialética dos Defuntos

A prisão que congrego é histérica,
Da angústia ao repúdio Trimegisto,
São três os registros desta decadência esférica;
A aflição, as neuronas e o credo que insisto

Em postular, não existindo além do esqueleto,
Além do cântico escuro, esquisito e obsoleto,
Que, ao passo dos anos, assisto postergar
Minha inaptidão para seguir o caminho solar,

Do silêncio sem alma ao dilema em ascensão,
A estrita dor do verso é restrita à extensão
Simbólica, do que nego, aos uivos, à noite,
Pois sei da verdade que há em cada açoite

Poético, da profecia daquilo que não compõe
As tonalidades sujas do medo vertido,
O que proponho é um sorriso derretido
Pra cada hora rendida que a falta impõe.

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