sexta-feira, 18 de março de 2011

Lamúrias

Eu expiro meus medos em hematúria,
-Do plasma aos leucócitos gagos-
A ausência, a verdade e seus rasgos
Tornam deprimente o clamor desta centúria,

E assim o sepulcro segue ileso,
Ressaltando o odor da impossibilidade
Que aplaca a existência com ubiqüidade,
O caminho segue. Vazio e indefeso,

Em minha sina, a crista de Aym,
-Suas três cabeças conduzem meu passado-
Eu sinto o veneno da víbora encarnado
Em minhas hordas infernais. Outrossim

As três conjurações salomônicas escoam
A escuridão da minha virtude atrapalhada,
Dos setenta e dois selos à tristeza espalhada,
Os mesmos erros conjurados se amontoam

Entre pilhas de índoles adoecidas,
Mais um crepúsculo vertical e sem gosto,
Penosamente engordurado, deglutido e aposto.
Assim todas as minhas perdas são oferecidas

À Balaam e sua tríade terrivelmente selada.
A voz rouca dita o que poderia ter sido,
[Quarenta legiões encarnadas no não acontecido]
A goetia de Lemegeton legitima a falta promulgada.

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