quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O Festim Macabro

O Festim Macabro
Ou sobre como seria mais um poema abortado


Eu sinto as pedras de Sísifo assombrarem meu espírito,
E tento, em vão, significar o Horrível para senti-lo,
Do festim macabro ao tremor litúrgico-empírico
A admirável veemência do Nada aplaca-me com estilo

E, eu não existo além da carne nestas linhas,
"É apenas a essência negativa de tudo que tinhas
Poeta, agora cultive esta erva daninha e sofra"
As palavras roucas de Mantícora esperam que eu corra,

Mas não, aceito esta antropofagia intrusa e dispersa,
Pois, sei que minha essência é pior que a fábula persa,
Tal qual os treze estágios de Hades, eu deixo minha esperança,
E corro sem ossos cantarolando o canto escuro da matança,
De todos os sonhos à que concorri.

- Simplesmente esqueci como faz pra sorrir.

Um comentário:

  1. gosto quando muda...
    gostei do poema, especialmente do fim:

    "E corro sem ossos cantarolando o canto escuro da matança,
    De todos os sonhos à que concorri.

    - Simplesmente esqueci como faz pra sorrir."

    perfeito.

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