domingo, 4 de abril de 2010

A Ressurreição que Não Acontece

A esperança sem ritmo corre amarelada,
Em meus ossos tortos de escrita desfigurada,
Da apatia que indica um simbolismo sem plenário,
A transfiguração que carrego [só] neste vestuário,

Sobras de um assombro que dissolve,
Hora por hora, este cadáver e não se envolve,
Com a volúpia dos meus gritos de cavidade oca,
Com a frialdade escura e imaculada desta boca,

Pois, do receptáculo de carne enfraquecida,
Ao fracasso destas teorias, o eternamente fica embalsamado,
Sem odor, ausente e devidamente não consumado,
Afinal, sou a catacrese da ferida não esquecida,

Que figura perplexamente na escuridão,
Do vazio que trago costurado à minha súplica,
A minha proposta certamente não possui muita exatidão,
Pois concorro sempre com a sombra da minha rúbrica.

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