Da cidade das sombras sem respiração,
Aos portais subterrâneos de Salomão,
A busca eterna por um motivo plausível,
Para ainda estar vivo neste mundo invisível,
Reside na escrita insípida e recuada,
Que cultivo entre a rima fria e laminada,
Na falta que julgo suja em minha insistência
À calma. Síndrome da Real não-existência,
De mais este grimório apócrifo e goético,
Vociferado na liturgia do traço poético,
Que carrego em meu corpo modesto,
Sânscrito com a antítese deste resto indigesto.
Eis, pois, da redundância patológica,
Em atrelar conjunções de pouca lógica,
À repugnância deste triste e incidente verso,
Apregoado com o advérbio sangrado ao inverso,
Eu Arquiteto um punhado de doenças sem histórias,
Findando o fim ínfimo de um brado sem glórias,
Do Silício além-humano enegrecido dos meus medos,
Ao espelho que excita os mesmos erros, sem enredos.
E assim, dedico linhas tantas somente a mim,
Afinal, eu sei que sou a catarse do meu próprio fim,
Apenas mais uma sina descrita pelo Ausente,
Impregnada, pois, na condensação do meu presente.
As vezes
Há 8 anos
uma das "graças" da literatura acho que é tornar uma arte as sensações do ser humano; esmiuçar em linguagem escrita aquilo que está tão confuso, mas latente no ser humano. você faz isso muito bem:
ResponderExcluir"Eu Arquiteto um punhado de doenças sem histórias,
Findando o fim ínfimo de um brado sem glórias,
Do Silício além-humano enegrecido dos meus medos,
Ao espelho que excita os mesmos erros, sem enredos."
talvez por caber perfeitamente a mim hj, gostei muito. MUITO bom!