terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O Preterido

"Morreste! E era só junho para tua alma!
Ah! não devias perecer tão linda!
Tu não podias perecer ainda,
Morrendo assim tão calma!"


Da carne suja ao verso reticente,
Eu retiro a apóstrofe deficiente,
Do meu medo subordinado às memórias,
Pois sangro o presente costurando [in]glórias,

Na alma, insossa, que já não canta,
No canto, insano, que já não espanta,
O sussurro de tantas histórias mortas,
Afogado neste punhado de repetições tortas.

E, das vértebras do cadáver calado,
Abrem-se vúlvas para meu Passado,
Certamente o terror é mais que corporificado

Aqui. Pois, possui nomenclatura alva,
Da palavra que transa calejada e calva,
Eu, por fim, canibalizo meu credo. Sem ressalva.

Acabei de escrevê-lo...

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