domingo, 13 de setembro de 2009

Escatologia para uma Noite Minguante

Escatologia para uma Noite Minguante

Eu calculo as minhas falhas
Sempre em primeira pessoa,
Fazendo cortes nas mortalhas
Evocando o pus que ecoa

Da eterna ferida que marca,
Meus poemas gastos com farpas.
E o sangue que escorre e ultrapassa,
Faz do inverno uma enantema sem graça,

Da garganta até a alma rasgada
Eu e minha sombra formatada
O mesmo caminho em digressão
Ao pântano das idéias abortadas

Eu. Minhas falhas, a fala escassa
E a fuga para a metástase da falta
Que marca, em mim, verdades com diáspora
Entre os respiros do artigo e da metáfora,

Eu sigo adoecendo pouco a pouco,
Mais uma noite descrevendo o verso rouco
Que mora
em mim.

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