O Verdadeiro Tormento
Minha sanidade tem prazo de validade
E o meu regresso é sempre incompleto
Atribuo a isso a razão do meu insucesso
Na poesia, pois ter tanta complexidade
Não ajuda, em nenhuma idade
A expor a idéia nua, crua, perfilada
Em sangrias malogradas, cruelmente dedicadas
Aos desencantos que me compõem.
É, pois, a rima que me expõe
Aos ditames arregaçados
Das palavras que ardem sem braços
Pra segurar tantas falhas,
Tantas garras em meu dorso;
- sou acometidamente a desgraça
Pungente, sem olhos, nem dente
Pra dança que a morte encena
Todas as tardes nesta praça
[Que eu já não freqüento...
Pro meu mal não há mais nem ungüento]
Sou o rompimento nervo após nervo
Entre a delícia de sofrer e o verdadeiro tormento.
MARX E ECOSSOCIALISMO
Há 2 anos
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