terça-feira, 11 de agosto de 2009

Possibilidades do Verso Livre

Possibilidades do Verso Livre

Eu sou onde não existo
Insistindo onde não sou
Escrevo porque persisto
Da essência que me restou

Talvez, de um tempo não vivido
Entre as víboras do mal convívio,

Eu respiro a doença em primeira pessoa.

Sempre é o caos transcendente que ecoa
[Sobre mim
E é o manto de Caim que se ergue
Novamente e me persegue
Feito peste,
A peste e seu efeito,
Não há defeito que me reste
[saborear
Eu simplesmente não consigo mais sonhar.
[achoatéquejáescrevisobreisso]

Eu
Eu
Eu

E sempre o mesmo rastro
Exalando o exílio do fracasso
A desgraça faz seu teste
Atesta no meu corpo
As anomalias do desgosto
Eu carrego a grandeza de Teseu
-Invertida.

Quando

Nove anjos caídos me acompanham,
Talvez minha alma seja sortida.

Ou não.

Sou só mais algum fantasma,
Perfilado pela má sorte e pela asma,
[poética dos que a morte encantadoramente cantam]
Que faz do desconforto uma perversão divertida.

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